sábado, 2 de abril de 2011

Por que nada me azeda...

cana_acucar

Sorvo calmo a garapa da vida,
esmigalhada, moída...
estraçalho cada gomo
oferecido pelo tempo,
em seu lento
gemido, e
ruidosas gargalhadas...
sorvo com impertubável sorriso,
e olhos de engenho,
nesta paz inviolável
sigo,
lamento,
embrenho,
dócil,
doce,
inflexível,
Monto a engenhoca da vida,
e môo seu juizo,
no estalo da cana madura,
jorra o melaço
dos dias,
E sigo lambuzado de
esperas,
nas madrugadas frias, a fio,
doce...doce... doce...no ranger
dos paus da moenda,
e ferroadas do ferrão frio
grita o moedor... Eiaaa...
[sigo]
persigo,
prossigo,
sou a calma resignada
dos bois...
meu amigo!

Silvio

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