Despertei para alguns detalhes. Acredito que se olharmos de verdade nos olhos do outro, possamos, sem muitas palavras, compreende-los melhor, e até a nós mesmos. Sensibilidade. Percepção. Como precisamos disso. Detalhes que se transformam em coisas imensas. Como uma muda de planta. Como miudezas que crescem, crescem, crescem como árvores fortes e bonitas, dentro da gente.
Às vezes precisamos calar. Sentir. Deixar o coração falar. Ele sempre fala. Com calma, clareza, com a delicadeza que tem. E tudo muda. Muda quando cuidamos da terra que se chama a nossa alma. Muda quando plantamos sementes de coisas boas. Muda quando cultivamos o que nos faz bem e arrancamos o que não faz.
Ervas daninhas, espinhos, breu no caminho, aparecerão. Claro que sim, faz parte. O trabalho é árduo. Se fosse fácil, não teria tanta lindeza no final. Mas, nessa terra, somos os donos, temos a escritura. Ninguém toma. E se tentarem, lute, não permita. Nela, a gente manda, planta, poda, colhe. A felicidade não é utopia, ela existe. Deixe que ela entre. Deixe, enfim, que ela esparrame seus ramos e compartilhe seus frutos.
Então, que nada nos faça perder o entusiasmo de semear de novo, de semearmos outra e outra vez a terra que, por direito, é nossa. Que a gente cuide com todo carinho que ela merece, que a gente permita que ela se torne fértil. Porque o segredo da vida é isso: um eterno cultivar, um para sempre acreditar e não desistir. E eu sei, eu sei que florescerá.
Karine Melo.
(Querendo conhecer a Ká, clicar no nome dela)